"Estão entre nós" Parte 1
- D. H. Lopes
- 22 de dez. de 2016
- 3 min de leitura

Julia estava dormindo em seu quarto, calmamente, sonhando sabe-se lá com o que quando uma luz invadiu seu quarto.
- Mãe, me deixa dormir mais um pouco! – disse a garota cobrindo o rosto com o cobertor.
A luz então ficou mais forte, tão forte que parecia que vinha de baixo do próprio cobertor. Julia então descobriu a face e tentou olhar o que estava acontecendo. Olhou o relógio digital ao lado da cama. 3h21 da manhã. Mas teve dificuldade em olhar o resto do quarto, pois a luz era forte demais e fazia com que a garota tivesse que cerrar os olhos para poder enxergar alguma coisa.
Tudo o que ela pôde ver foram duas figuras humanas aproximando-se da sua cama, aparentemente conversando em outra língua. Uma língua que a garota desconhecia.
- Quem ta aqui? Quem são vocês? – perguntava a garota que esperava por uma resposta.
Nada aconteceu. As duas figuras apenas aproximaram-se da cama e a seguraram. Julia tentou gritar, mas um deles tapou a sua boca. Em poucos segundos e garota já estava desmaiada.
Os pais de Julia acordaram sobressaltados, assustados com um barulho vindo do quarto da filha.
- Querido, vá ver o que ta acontecendo lá em cima. – disse a mãe de Julia, Rosa.
- Juro que se for aquele garoto de novo eu vou espancar ele. – esbravejou o pai da garota, Leandro – Me acordar no meio da noite é sacanagem. Mauricinho filho da puta.
Leandro percorreu o corredor até o quarto da filha, mas quando abriu, viu somente a cômoda virada e a cama vazia. A janela estava aberta e ele correu para olhar lá fora e saber o que estava acontecendo. Não viu nada, apenas a rua deserta, com os cestos de lixo e um gato no telhado do vizinho.
Voltou correndo pro quarto, assustado.
- O que foi amor? – perguntou Rosa assustada com o olhar do marido.
- Ela não ta no quarto. Desapareceu. Do nada. – admitiu desesperado pra sua esposa.
Ela estão correu para o quarto para, assim como o marido, não encontrar um fio de cabelo da garota.
Não conseguiram dormir o resto da madrugada. Ligaram para a policia, mas foram avisados que só poderiam dar queixa ou fazer um BO após 48 horas. Ficaram então acordados esperando o sol raiar para ver se receberiam noticias da filha.
Quase dez da manhã. Nada ainda. Sem sinal. E as amigas também não sabem de nada.
Uma da tarde. Ainda sem sinal de vida da pobre garota. Os pais cada vez mais desesperados.
Oito da noite.
Três da manhã.
[...]
48 horas depois do desaparecimento, os pais agora um milhão de vezes mais desesperados contatam a policia novamente que desta vez envia dois oficiais para falar com o casal.
- Os senhores sabem onde ela poderia estar? Casa de algum amigo, namorado, conhecido. – perguntou o oficial mais velho entre os dois.
- Ela não faria isso. Ela é extremamente rígida consigo mesma quanto a sair. Se foi a algum lugar, não foi por conta própria. – dizia Rosa, ainda muito fragilizada pelo ocorrido.
- Ela tinha quantos anos? - perguntou o outro policial enquanto fazia uma busca pelo quarto da garota.
- 17 – respondeu o pai, que estava tenso – Eu sei que não é uma idade muito boa às vezes, mas ela confiava em nós. Nos dizia tudo. Quando experimentou bebidas, cigarro e até quando perdeu a virgindade com o ex-namorado.
- Aparentemente confiava mesmo nos senhores. – disse o policial mais velho.
- E como se deu o ocorrido? – perguntou o mais novo, acompanhando os donos da casa até a cozinha junto com seu parceiro.
- Estávamos dormindo quando escutamos um barulho vindo do quarto dela. Pedi pro meu marido ir olhar e quando voltou, disse que ela não estava mais lá. – relatou Rosa.
- Quando entrei no quarto, vi que a janela estava aberta. Corri pra olhar e tentar ver algo ou alguém, mas não vi nada. A rua estava deserta – completou Leandro.
- E qual foi o horário? – perguntou o outro, enquanto pegava uma xícara de café da mão de Leandro – Obrigado.
- Por volta das três e meia da manhã. Não sei ao certo. – disse Leandro, oferecendo outra xícara de café para o outro policial, que negou educadamente.
- Ok senhores. Iremos concluir o BO e informaremos caso ocorra avanço no caso. Obrigado pela xícara de café. Entraremos em contato. – informou o policial mais velho, com voz confiante.
- Obrigado vocês. – agradeceu o casal.
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