top of page

Pai...



Eu não posso mais viver com esse peso. Não posso viver com o peso de sua morte nas minhas costas. Mas eu não tive culpa pelo que aconteceu. Ou pelo menos me convenço disso.

Eu sabia que devia ter dirigido aquele carro, devia ter pegado as chaves de você e te convencido de que seria melhor assim. Eu não queria perder você, pai. Queria poder mudar o que aconteceu.

Foi tudo tão rápido. Havíamos saído daquela festa e ambos tínhamos bebido, mas você sempre foi fraco pra bebidas. Estava obvio que estava bêbado, e eu ainda te dei ouvidos e te entreguei a chave do carro. Me arrependo disso. No meio do caminho você perdeu o controle e acabamos acertando aquele poste, mas não sei por qual motivo só você se foi. Talvez fosse pelo cinto de segurança que não estava usando ou simplesmente destino.

Eu te amo tanto, pai. Me pergunto se eu não poderia ter ido no seu lugar. Meu herói, meu superpai, meu “velho”. Sinto tanto a sua falta. Já se passaram 10 anos e hoje, seu neto completa 5 anos. Pena que você não esta aqui para vê-lo. Ele se parece com o senhor, tem o mesmo jeito revoltado e nervoso. Não sei se disse, mas ele tem seu nome, Fernando. Sua nora me convenceu a por esse nome como uma homenagem.

Pai me perdoa por tudo que já lhe fiz, já lhe disse e tudo de ruim que já trouxe pra sua vida. Por que eu não pude ir no seu lugar? Me arrependo e me culpo a cada dia pelo que te aconteceu.

Me perdoa se estou manchando seu túmulo com as minha lágrimas, mas eu me culpo a cada dia e isso está me matando aos poucos. Queria poder ter ido no seu lugar. Eu sei que o senhor ainda olha pra mim do Paraíso. Um dia vou me encontrar com o senhor ai, não é?

Te amo, paizão.



Destaque
Tags
Nenhum tag.
bottom of page