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A fera



Sempre que acordava era a mesma coisa: abria os olhos, trocava as roupas, lavava o rosto e tomava sua sopa amanhecida. Aquele era um vilarejo pequeno, com umas cinquenta casas e um pequeno pomar de frutas apodrecidas.

Morava sozinho! Só ele e... E ele é claro! Vivia sempre as mesmas coisas e tudo era sempre igual. Seu pai morrera, sua mãe sumira, e toda sua vida era uma peça fatal. Uma fera assombrava o pequeno pomar, um bicho estranho: meio humano meio lobo. O mesmo bicho que matou seu pobre pai, transformando o corajoso em um simples tolo.

Um dia, por mera vingança, juntou suas tralhas e foi em busca da fera. Botas calçadas, mantimentos na bolsa e para iluminar a jornada: apenas uma vela!

Porém não sabia como encontrar o terrível monstro. Perguntou o caminho a uma velha que era pele e osso. Esta também não sabia, e nem mesmo as amigas de corpo franzino. Contudo, em uma coisa concordavam e diziam: “Volte pra casa! É loucura menino!”. Loucura ou não, uma coisa eu digo, coragem também era virtude de nosso amigo. E quando estava quase se cansando de procurar por ela, que surpresa que foi dar de cara com a fera.

Livrou-se de tudo aquilo que trazia, mas a luta ainda assim lançou-o ao chão. E em meio a rosnados e latidos, poeira e socos, finalmente cravou um punhal em seu coração. A fera uivou, girou e gemeu. Ele sorriu e chorou quando o bicho morreu. Quando monstro foi liberto do encantamento, riscou um fósforo e acendeu a vela. Porém tudo caiu ao ver o que realmente a criatura era!

O pai morrera, dilacerado pelo bicho em plena escuridão e o menino matara a própria mãe com um punhal no coração. Mas trago agora uma “mensagem” final:

Não reconhece o bem, quem só enxerga o que é mal.


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