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Rupert


Era uma vez um garoto chamado Rupert que pertencia a uma família pobre. Quando Rupert tinha apenas 6 anos, foi diagnosticado com uma doença rara que provocava degeneração dos órgãos. Esta doença não tinha cura, somente um tratamento. Porém, o tratamento era caro e os pais de Rupert não tinham condições de paga-lo.

Para que seu filho se distraísse e esquecesse um pouco a sua condição de saúde, os pais de Rupert deram a ele um cachorrinho.

Rupert adorou o presente e logo deu um nome ao seu cãozinho:


– Você se chamará Tobi e nós seremos amigos pra sempre – disse o garoto brincando com seu novo amigo.

Por anos os dois foram companheiros inseparáveis. O garoto que havia recebido uma expectativa de vida de apenas 10 anos, estava agora com 13. Todos os dias eles iam passear num bosque perto da casa de Rupert.

Num dia como outro qualquer, Rupert levou Tobi para passear no bosque, mas algo ruim aconteceu. O cachorro, ao visualizar algo na mata saiu correndo, mas o pobre garoto não pôde acompanha-lo devido ao avanço de sua doença. Demorou um pouco para que o garoto chegasse ao local onde estava seu cão, mas quando ele chegou viu uma cena da qual não esperava. Tobi jazia deitado no chão ensanguentado.

Procurando quem havia feito aquilo ao seu amigo, Rupert visualizou o que lhe parecia ser um cachorro muito, muito grande e com olhos vermelhos escondido nas sombras que as arvores proporcionavam.

– Amigão.

Rupert olhou para baixo e viu que seu cão havia falado com ele.

– Vo-você fala?! – Perguntou o garoto assustado.

– Sim.

– Vou pega-lo Tobi. Eu prometo.

– Não, não faça isso. Deixe-o ir. Você precisa continuar sua vida. Você e um garoto forte e vai viver muito mais. De-deixe que ele vá.

E então o pobre Tobi abandonou essa vida. Rupert com seu cão nos braços jurou vingança.

Por alguns anos Rupert somente buscava vingança. Durante essa busca incessável ele descobriu que os objetos também falavam, assim como livros, bolsas e vários outros.

– Deixe essa busca por vingança de lado. Já percebeste que quanto mais busca, mais adoece? Faça o que seu cão lhe disse. – disse um livro certa vez ao garoto.

O livro dizia a verdade. Quanto mais Rupert buscava vingança, mais doente ele ficava.

Após 3 anos de busca incessável pela vingança, durante uma caminhada noturna, Rupert observa a silhueta do “cão mutante”, como o chamava. Aquela pelagem negra e os olhos vermelhos eram inesquecíveis.

– Você, monstro. Espere ai, pois irei providenciar-lhe a morte – esbravejou Rupert.

– Então venha, Rupert – respondeu o monstro que logo após adentrou na luz.

Quando Rupert olhou o monstro, se assustou. Os pelos negros e os olhos vermelhos como rubis encararam Rupert e o garoto se assustou olhando aqueles olhos que pareciam os de um demônio.

– Tente matar-me, garoto. Aposto que não ira conseguir, afinal, você mal consegue andar. Hahaha.

– Procuro-te desde meus 13 anos a anseio esse momento, o momento em que te matarei! – disse Rupert, com ira em seus olhos.

– E como pretende me matar, Rupert? Nem consegue ficar em pé, garoto estúpido. – debochou o monstro.

– Sei o que você é e como te matar, metamorfo.

– E como sabes o que sou?!

– Isso não importa. – disse Rupert – O que importa é que irei te matar e meu sofrimento, minha raiva acabará hoje. Hoje é seu último dia de vida – disse Rupert gritando e sacando uma arma do casaco.

Num salto, o metamorfo estava sobre Rupert e este disparou o revólver, mas errou e não acertou o alvo, quase deixando a arma cair de suas mãos. O monstro tomou distância e Rupert ainda se recuperava do tombo quando ele saltou mais uma vez, mas desta vez o disparo acertou o alvo. O tiro fez um buraco na barriga do mostro e este urrou de dor.

– Maldito! – urrou o monstro, sangrando.

Rupert então deu outro tiro, mas desta vez na pata traseira do metamorfo.

– Eu disse que iria te matar – disse Rupert – Mas vou deixar você sofrendo até implorar pela morte.

– Cometeu um erro, garoto.

O metamorfo já cuspia sangue. Quando estava prestes a morrer disse calmamente ao garoto:

– Você irá morrer em breve. Sua doença irá te matar antes mesmo do que perceba. O avanço será rápido e doloroso.

– Como sabe disso? É um adivinho? – debochou Rupert.

– Não sou adivinho algum. Mas você deveria ter feito o que seu cão lhe pediu. Ele sabia das consequências do que está fazendo.

– O que quer dizer com isso? – perguntou Rupert.

– Eu sou o único ser que pode curar sua doença e agora que me matou, nunca irá se curar. Você terá uma morte lenta e dolorosa.

– Isso não pode ser verdade. Você esta mentindo.

– Não estou. Acredite. Você acaba de matar suas últimas esperanças.

E foi dizendo isso que o meta morfo abandonou a vida e deixou Rupert desesperado.

E assim como havia dito o meta morfo, Rupert adoeceu cada vez mais e em apenas 3 meses, ele morreu com insuficiência múltipla de órgãos.


Moral: aquele que busca vingança deve cavar duas covas.



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