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Ponto e Vírgula






Ao entrar em contato com tudo que tem me rodeado ultimamente, diversas pessoas, histórias, contextos, vivências e diversidade, fica em evidência um acontecimento em comum a todos os seres humanos, a perda. Não acredito que haja alguém que não tenha perdido algo, perder é inevitável? Perder é ruim? Há algo bom na perda?

Por mero descuido, por mera desatenção, por fatalidade, por incompatibilidade, por intencionalidade, a perda se torna inerente a nossa vontade, desejos e satisfações. Inevitavelmente e incontrolavelmente estamos destinados a dar fim ou chegar ao fim. Desde início da criação nos deparamos com a cisão ou rompimento de algo significante, no desenvolvimento infantil a criança é frustrada a sair dos seios de sua mãe, seu primeiro luto, ao nascer irmãos a perda da integralidade da atenção, adolescência frustações, conflitos, a própria perda da infância, descoberta de algo que é novo que é inerente a escolha e vontade, falecimento de uma pessoa querida, perder é algo muito presente desde muito cedo e mesmo assim causa dor, sofrimento, estranheza e desconforto, buscando uma casualidade para tal fato, se torna tão habitual e ao mesmo tempo tão ruim que há a mistura de eu já previa e o não esperava, mera impotência, desprazer e desgosto, que fica difícil se acostumar com o fato de não ter mais.

O sentimento ruim do fato de não ter mais o que tinha, de não estar mais do jeito que estava, muitas vezes é sustentado por um longo tempo, acabam “presos” em um passado, em algo que não volta mais, o tempo mostra claramente as perdas, quanto mais o tempo passa mais perdas ocorrem, há quem acredite que perder muita das vezes é ganhar, que menos é mais. Isso só ressalta uma grande questão, que tudo que passamos na vida entre perdas e ganhos, depende claramente de que “lente” está usando, a ótica que você acolhe o acontecimento e sem dúvidas como você reage diante do ocorrido.

Ao buscar o lado bom em perder, faz você se mover e buscar de novo, algo novo, ressignificar as lacunas, preencher os espaços, autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, superação de expectativas, novidades, flexibilidades, adaptações, improviso, experiência, capacidade de resiliência, maturidade, inúmeros são os ganhos ao perder. Realmente faz sentido perder, sentir dor, incomodo e tristeza, evidenciar um recomeço, término e início de ciclos. Que de fato a experiência da perda não produza a inércia e estagnação e sim o progresso e evolução, se a vida te presentear com a subtração com o resultado final, adicione, multiplique e transforme o inesperado em potencial. Que a maior de suas perdas não seja a perda de tempo.


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