Maresia
- Filipe Silva
- 19 de mar. de 2017
- 2 min de leitura

Como uma linda paisagem se transformou em uma agoniante experiência. Uma ilha, um mar azul e agitado, ondas altas, pessoas sentadas na areia admirando a magnifica paisagem, alegrias sendo compartilhadas. Gradativamente a água pareceu ficar cada vez mais agitada, as ondas começaram a ficar cada vez maiores, um vento frio entrou no cenário, as expressões de alegria começaram a mudar para expressões de preocupação e simplesmente como se as pessoas estivessem coladas na areia, não conseguiam se levantar e saírem correndo, o pavor imperou, desespero e muita agonia.
O mar cada vez mais engolindo a areia, as ondas atingindo as pessoas, parecia ter cola, cordas ou algo de fixação, as pessoas não conseguiam levantar era algo pavoroso, o medo já consumia a todos, choro, gritos de socorro em vão, a ilha era deserta. Ao olhar para o lado as pessoas estavam irreconhecíveis como se a identificação não estivesse sendo possível de ser feita, quem era quem? O reconhecimento já estava molhado, e como se fossem a areia iam se desfazendo, a medida que a agua com vento empurrados pelas ondas violentas iam batendo e como mãos gigantes puxando para o infinito de um azul celeste, que mais parecia uma grande boca devoradora de almas.
Foram minutos que pareciam eternidades, sensação de impotência e conformidade com um fim que seria inevitável, como se a predestinação de algo sendo finalizado e de forma mais trágica possível. Como uma mesma tela pode em fração de segundos passar por uma transformação extrema desse jeito, mesmo em meio ao caos era possível perceber e tentar compreender como o cenário havia sido trocado daquela forma. E quando a esperança havia acabado, tomado por um tremor e cala frios tenebrosos, então decidi abrir os olhos e despertar, rapidamente um alivio imediato e novamente um novo cenário e uma nova realidade.
Comments